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O Fim do curso de comissário de voo, como isso impacta sua vida?

O curso de comissário de voo ministrado pelas escolas de aviação tem sido durante anos o primeiro passo para quem tem o sonho de ingressar nesta profissão, proporcionando aos alunos os conhecimentos necessários para prestarem a prova da ANAC, obterem suas licenças e então poderem se candidatar a uma vaga.

Porém de maneira um tanto quanto inesperada, Agência Nacional de Aviação Civil disponibilizou consulta pública nº 008/2020 com a intenção de alterações no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil( RBAC) dentre as quais consta a extinção da obrigação de realização do curso de comissário de voo e realização de exames teóricos.

Uma das questões que têm sido discutidas é uma maior padronização perante outros países, tornando a profissão algo mais próximo do que acontece nos Estados unidos e Europa, vale lembrar de quão frequente empresas como a Emirates e Qatar fazem processos seletivos abertos ao publico aqui no brasil. Isto de maneira geral nos apresenta alguns possíveis cenários.

O curso de comissário de voo já é acessível a todos os brasileiros mesmo em áreas remotas, pois já existe a formação online, que nada se diferencia da formação presencial, uma vez que a licença de voo é obtida através da realização de um exame da ANAC.

O fato é que caso esta proposta seja aprovada muito mais pessoas irão se candidatar as vagas nas companhias aéreas, porém sem o treinamento de formação profissional que hoje é oferecido pelas escolas de aviação haverá uma desqualificação muito grande dos profissionais que atuam nesta área.

Antes de entrar em uma aeronave para trabalhar, o profissional deve ter conhecimento teórico de meteorologia, primeiros socorros, sobrevivência na selva, mar, gelo e deserto, além de emergências gerais, combate ao fogo, temas médicos, medicina aeroespacial, conhecimentos gerais de aeronaves, navegação aérea, regulamentação da profissão do aeronauta entre outros.

Esta atividade é de muita responsabilidade, por isso as empresas são tão criteriosas para contratar, como é o exemplo da Emirates que veem frequentemente realizar processos seletivos e apesar de não exigir a formação como no Brasil é exigido, acaba contratando sempre pessoas que possuem a formação de comissário de voo.

Agora se você já fez o curso de comissário de voo e já realizou a prova da Anac, pode estar se perguntando qual impacto disso tudo? E a resposta é, a concorrência vai aumentar, então você vai ter que se preparar mais ainda para este futuro cenário.

O fim do curso traz mudanças em relação às formas de contratação, porém sem abrir mão de qualidade, a indústria não contratará mão de obra desqualificada.

É de conhecimento de todos na indústria a necessidade do controle de custos das companhias brasileiras. Definitivamente elas não tem como arcar com despesas extras, aumentando o treinamento das pessoas que irão contratar.

Este projeto visa desburocratizar e ”baratear” os custos para as companhias aéreas, porém a exclusão do exame de obtenção da licença de voo é um grande risco a qualidade da formação dos profissionais e da segurança, já que então caberia a companhia aérea incorporar tais conhecimentos técnicos durante o seu treinamento, o que não acontece ao redor do mundo, como relatam tripulantes que atuam em companhias aéreas do exterior.

Contudo ser aprovado em um processo seletivo vai muito além de sua formação técnica, mais do que nunca será necessário que você tenha habilidades humanas e que saiba mostrar sua capacidade de trabalhar bem com pessoas.

É o momento de focar em se preparar pois embora estejamos vivendo um ciclo de baixa na aviação, uma coisa é certa,  a demanda irá retomar de forma gradativa e com ela a necessidade de novas contratações.

E quando estas novas contratações chegarem haverá muito mais candidatos ,porém o número superior não representará uma qualidade superior de profissionais e o impacto percebido em um segundo momento será de que uma formação completa ainda se faz necessária, pois certamente as empresas, buscando a redução de custos, não poderão arcar com o aumento de investimento para formar novos profissionais.

Estes profissionais já formados então, terão uma vantagem competitiva sobre os candidatos que não realizaram nenhuma formação, mais uma vez fica claro que as oportunidades serão preenchidas por aqueles que mais estiverem preparados.

A AVIAÇÃO JAMAIS ABRIRÁ MÃO DE PESSOAS QUALIFICADAS!



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